O autocarro afasta-se. Os homens ignoram-no, os porcos chafurdam na lama como se nada fosse. Os homens são novos, mas sabem que não vão durar muito tempo. São mineiros, quase não vêem a luz do dia, respiram o ar irrespirável das galerias, aguentam temperaturas diabólicas de um inferno terreno. Mascam folhas de coca para se alimentarem, enquanto sonham encontrar um filão que os torne ricos, que os tire das minas, que os deixe viver. É esse o seu destino, sonhar, dignos, até ao fim dos seus dias. Os homens despedem-se das mulheres antes da enésima jornada no subsolo, os porcos chafurdam na lama. O autocarro afasta-se. Não parou sequer em Cerro Rico.
Nota do autor: a esperança média de vida dos mineiros que trabalham em Cerro Rico ronda os 35 anos.
Minas do Cerro Rico, Potosí, Bolívia
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Vistos para a Rússia
Depois de preencher formulários em ziplicado, entregar fotografias com medidas milimétricas, realizar prova de sanidade e boa forma física… A Nomad tornou-se numa das poucas agências Portuguesas certificadas junto da Embaixada da Rússia! Ficando assim habilitada a requerer vistos de entrada para este país.
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Voos para a Índia entre 300€ a 700€!
A Nomad tem emitido bilhetes de avião entre Lisboa e Delhi/Bombaim por preços muito apelativos! Os valores estão a oscilar entre os 300€ e os 700€, dependendo da data e destino.
Aliando estes voos à nossa viagem Aventura na Índia (com Inácio Rozeira), poderá realizar uma viagem de 16 dias pelo preço de 1700€ (valor variável consoante os voos disponíveis).
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Um dia com uma família mongol
No coração de uma Mongólia rural, uma inesperada mudança de planos levou-me ao encontro na mais amigável família mongol com quem já tive oportunidade de privar. Acolhido como em nenhum outro lugar por gente pobre e de enorme coração, nunca esquecerei o dia em que povos completamente distintos partilharam gargalhadas, muitos sorrisos e actividades domésticas sem uma única palavra em comum. Mongólia, fascinante Mongólia!
O acaso é um excelente amigo do viajante. Quantas vezes as mais intensas experiências nascem de acontecimentos fortuitos, casualidades, imprevistos. Como agora. Por algum motivo que nunca chegarei a saber, não pernoitámos onde era suposto acontecer. Prosseguimos viagem durante um adicional par de horas. Fatigante.
Mas, chegados ao cimo de uma colina com vista para um pequeno vale, avistámos três ou quatro conjuntos de gers com chaminés fumegantes. Por incentivo do condutor, apontámos ao acaso para um deles. E aí ficámos. No lar de uma família completamente desacostumada à presença de estranhos. Ocidentais muito menos. Gente verdadeira, desinteressada, hospitaleira. Pura. Uma espécie de retrocesso no tempo, na região de Shine Ider, a várias horas de distância de alguma povoação digna de registo.
leia o relato completo do Filipe Morato Gomes aqui
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