O lado oculto da Lua? É fácil de avistá-lo: é aqui, na Terra. Mais exactamente a uns dez minutos de Swakopmund, à direita na estrada que sai da cidade. Não é preciso explicar mais nada: só há uma estrada que sai de Swakopmund. Passada uma dúzia de quilómetros de ter inicio a viagem, é só olhar à direita: está ali, a lua. Aquela que nunca tínhamos conseguido ver quando olhávamos para o céu.Esquecia-me de apontar uma última coisa sobre esta face oculta da lua: a localização de Swakopmund. É uma cidade da Namíbia. Aliás, é a outra cidade da Namíbia. Só há duas, dignas dessa classificação: Windhoek, a capital. E Swakopmund, a outra cidade. O resto da Namíbia é um desolado vazio imenso onde, de tantas em tantas centenas de quilómetros, aparece um tímido aglomerado urbano.
leia o relato completo aqui
Namíbia por Gonçalo Cadilhe
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Nepal é a partir de hoje a mais jovem república do mundo
A assembleia constituinte do Nepal decidiu abolir hoje a única monarquia hinduísta do mundo e fazer nascer a mais nova república, depois dos rebeldes maoistas terem ganho as eleições de 10 de Abril.
“A proposta de instaurar uma democracia foi adoptada pela maioria”, comunicou Kul Gurung, um alto responsável da assembleia de 601 elementos, dos quais 560 votaram pela república.
Os maoistas, acérrimos defensores da implantação da república, que levaram a cabo uma luta armada durante dez anos para conseguir o afastamento do rei Gyanendra, foram os grandes vencedores das legislativas de Abril, conseguindo mais de um terço dos lugares da Assembleia. Os conflitos terminaram em 2006 com a assinatura de um acordo de paz. A guerra civil provocou mais de 13 mil mortos.
O rei Gyanendra tem agora 15 dias para abandonar o palácio, que será transformado em museu, anunciou uma fonte oficial.
O texto que estipula a implantação da república defende o Nepal como “um estado independente, indivisível, soberano, laico e democrático”. E todos os privilégios da família real cessam a partir de hoje. O dia 29 será proclamado Dia da República.
Os principais partidos políticos incompatibilizaram-se com o rei, deixando-o isolado, quando em 2005 Gyanendra, já de si uma figura pouco popular, decidiu concentrar nas suas mãos todos os poderes. Gyanendra subiu ao poder em 2001 após o assassinato de nove membros da família real, pelo príncipe herdeiro, que depois se suicidou.
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À Descoberta do Impressionante Botsuana
Esta viagem era um enorme desafio e uma grande aventura para mim, como alguém lhe chamou, uma prova de fogo. Passar duas semanas com um grupo de desconhecidos, viajando em veículos todo o terreno, por longos percursos em estradas, pistas e trilhos de areia e terra provavelmente cheios de água das chuvas torrenciais habituais no Inverno, noites dormidas em tendas montadas, sobre os jipes, diariamente ao final da tarde e arrumadas pela manhã bem cedo, porque em África os dias começam muito cedo, adquirir mantimentos nos supermercados, confeccionar e tomar quase todas as refeições em grupo, enfim quase uma experiência de sobrevivência dos participantes.
leia aqui todo o relato de Isabel Cunha, sobre a sua viagem pelo Botsuana.
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Viaje com Gonçalo Cadilhe - Últimas Vagas
Deserto e Costa Atlântica (com Gonçalo Cadilhe)
Siga Gonçalo Cadilhe pela África do Sul e Namíbia, e fique a conhecer muitos dos locais por onde passou o autor do livro África Acima, mostrados e comentados ao vivo por ele próprio. A bordo de um camião completamente alterado e equipado para viagens de overland percorremos milhares de quilómetros por estradões de deserto e parques naturais, travamos conhecimento com diversos povos, encontramos flamingos e leões, subimos às maiores dunas de areia do mundo e observamos o desfiladeiro mais antigo. É a viagem de uma vida, para realizar este verão.
Consulte os detalhes da viagem no site da Nomad (www.nomad.pt)
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Pelos fiordes da Patagónia
Um pé fora do autocarro que me trouxe de Santiago e aquele aroma que Sepúlveda fala no “Mundo do fim do mundo” dá o mote a esta aventura.
Puerto Montt, ao crepúsculo da manhã, surpreende-me com o cheiro a mar mesclado com o cheiro a peixe podre dos inúmeros barcos atracados numa costa colorida. É aqui que começa a aventura que me levará de barco à 12ª província chilena, a província da Última Esperança. Num cargueiro, ligeiramente adaptado ao transporte de passageiros, partilho com poucos aventureiros, a procura da frescura dos ventos patagónicos.
Rumamos em direcção à, em vias de extinção, povoação de Porto Edén. Os picos nevados de baixa altitude, por entre os canais patagónicos abundarão numa paisagem que se contemplará a várias cores. Três dias, entre glaciares e águas geladas, até podermos contemplar a beleza de Torres del Paine.
Porto Edén, o último refúgio dos Kaweskar, é uma oportunidade magnífica de poder contactar com marinheiros nómadas. Finalmente, a colorida Puerto Natales, zona protegida que surge classificada pela National Geographic como um dos 50 parques do mundo de visita obrigatória. Surpreendentemente poderoso aos nosso pés para se poder espreitar ao longo de magníficas caminhadas.
A patagónia chilena, banhada pelos glaciares do pacífico, surpreende-nos pelo seu clima inóspito, desprotegido e quase virgem à mercê de quem a merecer explorar.
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Filipe Morato Gomes: "Moldura Branca"
Dili, Timor
Talvez nem saibam explicar o motivo que os trouxe aqui. Vieram engalanados com as suas vestes de cerimónia, os colares exuberantes, as belas e coloridas salendas, os tradicionais instrumentos e os machados de guerra. Dir-se-ia que estão felizes, os homens, mas há algo que os atormenta. Algo que lhes consome as energias de crentes fervorosos, que lhes parece um pecaminoso absurdo. Talvez tenham sido guerrilheiros, outrora, nas montanhas. Talvez o alento, nesses tempos de penúria e sofrimento, lhes tenha advido de vozes sopradas dos céus. E como os ajudaram, essas vozes! E como os defenderam, essas vozes! Talvez por isso se tenham habituado a ouvi-las com inquestionável deferência. Talvez seja, até, por isso, que aqui estão. Desde que aqui chegaram, já rezaram por inequívoca convicção, já gritaram palavras de ordem por ordem de outros, já cantaram e dançaram para ajudar o tempo a passar. Estão agora em repouso, longe do palanque e do megafone, emoldurados pelo caixilho branco da janela da igreja. O quadro não é perfeito, felizmente. Dois deles têm os pés fora da moldura. O outro, está já totalmente desenquadrado com a ditadura rectangular do caixilho branco.
Nota do autor: em Abril/Maio de 2005, a Igreja Católica de Timor-Leste organizou uma manifestação, por “tempo indeterminado”, no centro de Dili. Forneceram transporte gratuito para levar os devotos timorenses das aldeias até Dili, cortaram umas das principais avenidas da capital durante vários dias, e exigiram a demissão do Primeiro-ministro, Mari Alkatiri. Alkatiri pretendia tornar facultativo o ensino da religião católica nas escolas do país.
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